terça-feira, 4 de dezembro de 2012

A DIGNIDADE DE SER MÚSICO CLÁSSICO


A dignidade de ser músico clássico.
-Primeira Parte- 
De Jorge Daniel Rossi

A profissão de músico clássico é extremamente impar.  Sua trajetória instrumental e artística geralmente se inicia muito jovem - nos casos de pianistas ou violinistas aos 3 anos de idade. Exige horas diárias de estudo técnico e instrumental e musical para desenvolver o máximo possível a habilidade e sensibilidade artística.
Fazendo uma analogia entre os músicos profissionais clássicos com os ginastas olímpicos, pode-se apontar como diferença substancial que nos primeiros, a dedicação e o estudo na arte da música não termina com a idade avançada, ao contrário do que acontece com os segundos. Contrariamente dos ginastas olímpicos, que por uma condição física humana suas carreiras como atletas, têm um tempo determinado, essa característica se contrapõe a carreira artística do musico clássico.  O aprimoramento musical e artístico do profissional clássico se obtém com o passar dos anos. É um processo natural de amadurecimento musical que acompanha sua vida.
O ambiente final de trabalho para um músico profissional clássico, na maior parte dos casos, é uma Orquestra, que é um grupo típico da música clássica. Se for de pequena dimensão é chamada de orquestra de câmara, já a de grande dimensão é conhecida como orquestra sinfônica ou orquestra filarmônica.
A diferença entre estes dois tipos de orquestra é que a filarmônica é fundada pelos integrantes que a compõem, enquanto na sinfônica os integrantes são recrutados através de concurso público.
A origem da palavra orquestra vem do teatro da Grécia Antiga, sendo que este termo indicava a área compreendida ao espaço dedicado ao público, dançarinos e instrumentistas e o palco cênico.
Uma orquestra sinfônica ou filarmônica é formada normalmente por 50 a 100 instrumentistas. A orquestra de câmara costuma ter até 40 integrantes.
Os músicos experientes são o bem maior de qualquer grupo musical, além da experiência de vida, possuem experiência profissional e artística de anos de trabalho, dedicação e estudo. Uma Orquestra digna deste nome é constituída por músicos experientes e por músicos jovens. Os jovens músicos aprendem com seus professores e em uma Orquestra Sinfônica esta aprendizagem é contínua e tem seu término naturalmente com a aposentadoria dos mais experientes.
 Podemos falar também de igual modo da figura do Solista e do Maestro ou Regente. Seria difícil e pouco provável dar a condução de um time de futebol a um técnico de 20 anos sem a experiência necessária. A Orquestra Sinfônica precisa de um diretor experiente titulado, como também precisa de músicos qualificados pelo sistema nacional de ensino. A sabedoria e a voz da experiência no mundo da arte são quase uma constante, salvo raros casos, como os gênios da Música Wolfgang Amadeus Mozart ou Dmitri Dmitriyevich Shostakovitch que em idade muito jovem criaram obras até hoje reconhecidas e tocadas mundialmente.
 Diz a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, no Art. 23:
“É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:
III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;
IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou cultural;
V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência;”

Qualquer Orquestra Sinfônica é um patrimônio histórico, cultural artístico de relevância nacional e por isso deve ser protegido e alimentado para que não venha a se degradar e por causa de tal irresponsabilidade a sociedade perca uma parte da própria cultura Municipal, Regional e Nacional.